domingo, 1 de julho de 2012

Antônia : O início



A peça sem lembrança


Antônia não perdeu tempo, se inscreveu em aulas de teatro e logo começou a se readaptar na peça teatral. Ela ficou feliz e também focada no seu objetivo, estava ali não por hobby ou diversão, mas tinha que aprender para então fazer uma excelente prova prática no final do ano e ainda era abril, ela tinha um tempo cronometrado até dezembro.
Na primeira aula ela então foi entusiasmada, e quando chegou lá realmente viu que não era a única que gostava daquilo, havia uma média de pessoas ali, quais eram as pretensões de cada uma cada um que sabe, mas a dela,ela já sabia de letra. Enquanto que a  professora não havia chegado em classe, alguém te cutuca e pergunta:

-Você por aqui?

- Sim, espera um pouco, minha memória é de elefante, então acho que sei quem é, mas não lembro seu nome... Logo indaguei

-Sou Douglas, Antônia.

Ele lembrava meu nome e eu não o dele, é minha memória de elefante tá off pelo jeito,mas pude lembrar algo de nosso colegial e então falei:

-Sim, agora lembro o Douglas da 4ª série, quanto tempo que não te vejo!

-Bem vinda, eu já tenho tempo aqui, digamos que sou  expert daqui, pois tenho esse dom, se precisar de dicas estou á disposição para ajudá-la!

-Dom?

-Eu nasci para isto, sempre fui talentoso em peças, eu sempre gostei de atuar desde o colegial, eu até já fiz peças fora do colégio, em teatros municipais, enfim em outros palcos por ai... Falou ele confiante e sorrindo.

-Caramba, eu não tinha ideia que você também gostava de peça.

 Tentei recorrer as minhas lembranças do colegial, mas nada me vinha no momento, acho que minha memória realmente estava lenta, mas consegui reconhecer sua aparência ele tem olhos cinzas, e antigamente, diferente de atualmente tinha cabelo grande no tom castanho-escuro mas agora seu cabelo está um pouco mais claro num tom castanho-mel, e pelo que lembro ele freneticamente jogava bola e corria pelas quadras. Então ele comenta:

-Sempre gostei, aliais já fizemos uma peça juntos, se lembra?

-Eu e você?

Não acreditava já não me lembrava do nome dele, minha memória estava ainda revistando as gavetas de lembranças e aos poucos me lembrava do passado, mas ele lembra que já fizemos uma peça juntos? Afinal quando foi isso? Então quando estava para saber o que não lembrava, outra voz ouço entrando em ação, era fina e aguda, vinda da professora, chamando-o:

-Douglas apresente-se aos seus novos colegas de turma

Então ele simplesmente simbolizou que conversaríamos depois, logo ele apresentou-se fazendo gestos com cada sílaba de seu nome e depois da sua apresentação ele me chama:

-Antônia venha se apresentar!

De repente fiquei vermelha, mas me levantei da cadeira e assim  no centro da sala, fiz minha apresentação em  aceno para “An” , um passo de hip-hop para “Tô”,um símbolo de paz”Ni”, e dei um giro para “A”, Antônia, meu nome. Foi engraçado, a partir de então foi a turma continuou esse embalo de apresentação.
Na primeira aula foi apenas apresentação de turma, conteúdo e práticas que seriam  ministradas durante o curso.Após a aula, fui procurar-lo, mas a sala estava ainda lotada e a saída travada, logo quando cheguei no corredor e vi ele com mais um grupo de pessoas, logo fiquei tímida de chegar ali, entretanto ele me chama sorridente:

-Antônia, vem aqui!

Logo fui, mesmo sem graça, o incrível não é apresentar ao público, pois sou excelente, mas já ser extrovertida socialmente, é mais o contrário, ou seja sou introvertida, mas eu fui e então ele fala:

-Galera essa é Antônia, uma antiga colega de colegial.

-Olá Antônia, sou Matheus, e aqui do meu lado esquerdo é Laura e aqui do outro lado é  Patrícia.

-Olá  Antônia –Respondem as meninas

- Prazer em  conhecer vocês!- Respondi

Douglas então cheio de empolgação diz:

-Pessoal então estão animados para as próximas aulas, quero avisar que todos tem que se invocar nos papéis, isso será muito trabalhoso, mas valerá a pena! 

E então ele começa a dar dicas para o pessoal que fica curioso, em meio eu não queria perguntar ainda sobre o curso, ainda me perguntava qual peça que eu fiz com ele e não obtive a resposta, mas no momento não queria perguntar,pois nós estávamos tão entretidos de curiosidades do curso, que apenas me embalei nelas.
Após o papo, quando todos já tinha ido, eu fui perguntar-lhe novamente, e questionei-o :

-Douglas, queria te perguntar, afinal qual peça que fizemos juntos mesmo?

E na espera de uma resposta ele me disse:

-Antônia, então você não se lembra dessa peça mesmo?

-Sinceramente não lembro, qual foi?

-Então te direi mais tarde, aliais você vai se lembrar dela sim, com paciência vai saber, tenho que ir agora  pois estou com compromissos, desculpe-me, mas até amanhã. 

Logo me deu um beijo na bochecha e acenou, foi embora andando com sua mochila em passos longos. Já estava para ir embora mesmo, afinal qual o motivo dele fazer tanto suspense com esta bendita peça que simplesmente não me vinha a mente. Eis a dúvida, bem, ele disse que eu ia me lembrar e com paciência saberia, se eu tenho memória de elefante eu devo me lembrar, mas logo percebo que estou parada naquele corredor em meio ao entardecer ali sozinha, e que estou tão viajada nos meus  pensamentos que esqueci de ir logo embora , pois estava tarde, e  fui para casa.
E no meu quarto fiquei a pensar que peça era aquela tão misteriosa que eu não me lembrava. Espero lembrar-la, mas então voltando a realidade, a aula foi emocionante, realmente me senti em casa lá, pelo fato de estar me sentido segura, pois era o que eu estava precisando para atuar na prova prática, apesar que não teve nada de demais ainda, mas pelos conteúdos que serão apresentados durante o curso, imagino que será empolgante.
O pessoal era bem amigável, apesar que Patrícia me parecia meio estranha com a minha presença diante do pessoal.E em relação a Douglas, como não podia me lembrar de seu nome, aliais ele está muito mudado, era um palito de menino e peste no colégio, nós cursamos se eu me lembro 4ª,5ª e 6ª série, mas depois nunca mais estudamos juntos ou nos contatamos, e como dizem “O mundo dá voltas” e aqui  estamos, eu e ele numa mesma turma de teatro.




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